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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Romanceiro da Inconfidência



Trouxe aqui mais um comentário de uma obra modernísta "O Romanceiro da Inconfidência ", da escritora Cecília Meireles. A versão que estou lendo é da Editora  Nova Fronteira , 5° edição que comemorou o bicentenário da Inconfidência Mineira e também marcou os 25 anos de morte da escritora.
desenhodesenho da autora


Cecília resgata os acontecimentos do período colonial brasileiro, descreve a extração do ouro, sua fase de transformação em pedra, pó, mel, barra; processos químicos mesclados com a ambição dos colonizadores. E como essa sede de poder pelo ouro e diamante levou a cobiça, a disputa entre os homens, a tirânia dos reis portugueses contra o povo.
Por outro lado vemos a revolta dos mineradores, relembramos de líderes, como Felipe dos Santos e Tiradentes.
Bandidos?Heróis?
De qualquer forma de como foram ou ainda são vistos pela sociedade, de uma coisa é certa: assassinados injustamente antes da liberdade.
Tantos conflitos contracenados com a linda arquitetura barroca de Vila Rica, estatuetas religiosas e minérios enriquecendo as igrejas ao mesmo tempo que os solos mineiros vão secando.
Mas como a própria autora diz, essa  riqueza não faz de ninguém digno do trono, já que a família Real era tão bagunçada quanto o fato da rainha ser louca:

"[...] Ouro!Ouro!Pedem mais ouro!
E sujestões indiscretas:
Tão longe o trono se encontra!
Quem no Brasil o tivera![...]"

Enfim, a obra é uma descrição perfeita dos acontecimentos da época, um romance em versos,

Alguns trechos marcantes da obra:

*A cena em que uma donzela é assassinada pelo próprio pai movido pela cobiça pelo ouro:

"[...]Se voasse o meu lencinho,
grosso do sonho e do sal,
e poupasse da varanda,
e começasse a contar
que morri por culpa do ouro
-que era do ouro esse punhal
que enterrou pelas costas
a dura mão de meu pai [...]"

*A descrição dos contrastes entre a riqueza e pobreza, que contracenaram em Vila Rica nesse período:

"[...]Ai que chicotes tão duros,
e que capelas douradas!
Ai , que modos tão altivos,
e decisões tão falsas...
Ai que sonhos felizes...
que vidas tão desgraçadas! [...]"

*O desfecho,ou seja a consequência que se encaixa bem com a situação certeira dos inconfidentes:

"[...] Há multidões para os vivos
porém quem morre vai só [...]"

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