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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Hikikomori, exclusão ao extremo!


A cultura japonesa me fissura em todos os momentos, até mesmo inesperadamente.Ontem ganhei uma edição da Folha Universal de uma colega de trabalho.Folheando logo me interessei pela matéria que fala sobre o fenômeno que aflige a sociedade atual japonesa, os Hikikomoris.

O assunto que envolve cultura nipônica, entretenimento e até psicologia me fez pesquisar mais sobre o assunto.E vi que a coisa é mais séria do que pensava, e é um assunto que vale a pena ser divulgado e questionado principalmente aos jovens internautas.

Hikikomori (termo que significa algo como, dentro de casa), é um nome que designa as pessoas que vivem reclusas em casa, se recusam ter contatos sociais, que não seja na frente de um computador.Amizades virtuais,uso de vídeo games, e assistindo toneladas de animês, acabam sendo o dia-a-dia dessas pessoas.Estudiosos sobre o assunto, associam esse comportamento,provocado pela febre da cultura pop japonesa, que pejora tais pessoas como sendo "Otakus".

Mas não se deve generalizar, até porque, as pessoas conhecidas como Otakus independente de serem naturais da terra do Sol nascente ou não, costumam se reunir em grupos afins (comunidades de pessoas físicas), e serem extremamente comunicativas ao expressarem seus gostos e trocarem informações.

Entre discriminação de tribos e comportamento humano, acredito que tais gostos acabam sendo até uma tentativa de recuperação de um Hikikomori. Afinal, quem é que não busca refúgio através da cultura de massa  para abstrair o estresse do dia-a-dia?

Eu mesma, me peguei várias vezes no flagra, de estar me dedicando demais as informações na rede,sem olhar o que está acontecendo lá fora.É certo, que tempo demais pra você mesmo acaba provocando certos distúrbios. Talvez seja por isso que sou meio distraída (eu disse meio?), e as vezes extremamente (repito extremamente) impaciente ao ponto de nem minha família me aturar.Bem,bem,características anormais ou não, ainda não estou ao ponto de ser Hikikomori.

Segundo fontes de pesquisa, essas pessoas, são completamente reclusas, chegando a aguentarem dias, semanas ou até meses presas dentro de seu quarto evitando qualquer contato físico.
E como não se sentem sozinhas?Bom, pelo fato, de que dentro de seu quarto encontram tudo que precisam: livros,vídeo games, minisisters,e o melhor de tudo:internet da melhor conexão. Está explicado porque foi no Japão onde esse fenômeno foi descoberto,onde o país comporta a melhor tecnologia do mundo adicionado à uma das sociedades mais rígidas do mundo.
Vendo pelo lado mais humano, é fácil de entender, o que leva a esquizofrenia dessas pessoas.O meio em que elas vivem.As exigências rigorosas da cultura, acaba afetando principalmente os adolescentes que estão passando por uma das fases que creio eu, seja a mais difícil da vida.Não que isso seja motivo de todo mundo nessa fase se sentem fracos,mas os momentos de transição da vida estudantil, para profissional pode ter um impacto tremendo nessa faixa etária principalmente.E sou suspeita para falar, que as pessoas que convivemos são peças chaves para que essa fase seja desenvolvimento ou retrocesso.

Não culparia essas pessoas (Hikikomoris) de doentes mentais, e nem culparia as familias.Acho que esse fator é um fenômeno natural que faz parte do "ócio da vida moderna".As regras impostas pela globalização,nos fazem muitas vezes prisioneiros do trabalho,dos produtos tecnológicos,do comodismo, consumismo  obrigando a termos pouco tempo de diálogo.Pouco tempo pra conhecer pessoas em quem confiar. Daí, a falta de apoio, pressão pelo perfeiccionismo, exigido por familiares, amigos ou empresa, levam o indivíduo a se isolarem completamente, ou darem fim a própria vida. Coicidentemente, no Japão também é comum o número de estudantes que se suicidam.

Mas se por um lado, se repreender demais é pecado, liberdade + libertinagem demais é até ato criminal. Como exemplo ocorre no Brasil, onde a violência nas ruas só aumenta.Jovens que querem intimidar a sociedade usando drogas, se prostituindo, tendo relações com um parceiro(a) que acabou de conhecer na internet, ou na balada do final de semana.Fatos que se tornaram tão banais,e até sinônimo de divertimento,também "ajudam" a distanciar o jovem do diálogo (produtivo) com a família e a sociedade.

Bom mas voltando ao tema.Hikikomori,pode sim ser considerada uma doença, mas que tem cura.Uma boa dose de afeto, carinho, compreensão são os medicamentos necessários. E pra isso, não é preciso tirar essa pessoa da internet, do vídeo game ou do acesso aos animês.
Coitado(a), além de não ter ninguém que lhe auxilie, ainda por cima lhe tiram os únicos divertimentos que ele(a) tem?Peraí, atitude extrema dessa também sou contra.O que se deve, é não extrair, mas sim acrescentar coisas na vida dessa pessoa.
Aproximação de entes queridos, relembrar a infância, estimular os gostos em comum, olhar o por do sol e admirar a natureza.Enfim, contemplar essas atitudes em conjunto com alguém, é a solução pra qualquer problema. Depois disso, deve se discutir sobre os assuntos profissionais, que pode muitas vezes direcionar a uma área de conhecimento de um Hikikomori.Ou melhor, futuro ex-hikikomori.

Na página do jornal que li também havia uma referência sobre o assunto,falando sobre o animê "Welcome to NHK", que retrata a vida de um rapaz de 22 anos, que vive em reclusão se alimentando de uma vida Otaku.

Não conheço a obra, por isso pretendo me aprofundar mais sobre o conteúdo, mas ao que me parece, esse animê retrata o assunto de maneira engraçada.Assim como Densha Otoko, livro que fala sobre o cotidiano de um Otaku.História famosa que rendeu até um dorama.


Soube a pouco, que há um livro que aborda o tema de maneira mais séria, se chama "Otaku os filhos do virtual",do autor Etienne Barral.Não li porque não tem pra download pelo jeito, pois é licenciando pela editora Senac em venda, mas pode se ver um comentário sobre a obra,no Omelete.

E para se abstrair, deixo aqui um trecho do animê "Welcome to NHK".


Encontrei esse site interessante comentando sobre a animação,clique aqui.
Download no Animê Shade

Hábitos Dekasseguis

Não sei se pode se dizer que isso se relacionaria com os dekaseguis, afinal  viverem longe de casa, da família e dos amigos da terra natal, só pode levar a crer o isolamento pessoal.Ainda mais sabendo que esses migrantes são confinados ao trabalho massacrante, explorador, e sofrem muitas vezes discriminação por serem brasileiros pelos seus patrões nas fábricas.Chegam em "casa", em alojamentos amontoados geralmente, tendo que conviver com gente estranha.Isso sim pode causar um tremendo distúrbio psicológico.

Desabafo pessoal, quem ler não se ofenda.

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